Lore:A Verdadeira Barenziah, v 5

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Nota: Isso é parte da série revisada de livros que apareceram em Morrowind, Oblivion, e Skyrim. Em Daggerfall, esse conteúdo aparece em A Verdadeira Barenziah, Parte IX e A Verdadeira Barenziah, Parte X, apesar de um tanto encurtado.


Como Symmachus havia previsto, o roubo do Cajado do Caos teve poucas consequências a curto tempo. O atual Imperador, Uriel Septim, enviou algumas mensagens um tanto duras expressando espanto e desprazer quanto ao desaparecimento do Cajado, e pedindo a Symmachus para realizar cada esforço para localizar seu paradeiro e comunicar avanços para o recém indicado Mago-de-Batalha Imperial, Jagar Tharn, nas mãos do qual o assunto foi colocado

"Tharn!" Symmachus rompeu em desgosto e frustração enquanto andava no pequeno cômodo onde Barenziah, agora grávida de alguns meses, estava sentada serenamente bordando um cobertor de bebê. "Jagar Tharn, de fato. Eh! Eu não o daria instruções para atravessar a rua, nem se ele fosse um velho cego e trêmulo."

"O que você tem contra ele, amor?"

"Eu só não confio naquele Elfo mestiço. Parte Elfo Negro, parte Alto Elfo, e parte só os deuses sabem o que. Todas as piores qualidades de seu sangue combinado, eu garanto." Ele bufou. "Ninguém sabe muito sobre ele. Clama que ele nasceu no sul da Floresta de Valen, de uma mãe Elfa da Floresta. Ele parece ter estado em todo parte desde -- "

Barenziah, afundada no contentamento e lassitude da gravidez, havia apenas engraçado Symmachus até então. Mas agora ele subitamente soltou sua agulha e olhou para ele. Alguma coisa havia captado seu interesse. "Symmachus. Poderia esse Jagar Tharn sido o Rouxinol, disfarçado?"

Symmachus pensou sobre isso antes de responder. "Não, meu amor. Sangue humano parece ser o ingrediente faltante nos antepassados de Tharn." Para Symmachus, Barenziah sabia, isso era uma falha. Seu marido detestava Elfos da Floresta como ladrões preguiçosos e Altos Elfos como intelectuais incapazes. Mas ele admirava humanos, especialmente Bretões, por sua combinação de pragmatismo, inteligência e energia. "O Rouxinol é de Coração-Ébano, do Clã Ra'athim - Casa Hlaalu, a Casa de Mora em particular, eu diria. Aquela casa teve sangue humano nela desde o começo. Coração-Ébano ficou com ciúmes de o Cajado ser colocado aqui quando Tiber Septim pegou o Chifre de Invocação de nós."

Barenziah suspirou um pouco. A rivalidade entre Coração-Ébano e Forte da Lamentação volta até quase no alvorecer da história de Morrowind. Desde que as duas nações viraram uma, todas as minas lucrativas se mantiveram em campo pelos Ra'athims, cuja nobreza mantinha o Alto Reinado de Morrowind. Coração-Ébano se separou em duas cidades-estado, Coração-Ébano e Forte da Lamentação, quando os filhos gêmeos da Rainha Lian – netos do lendário Rei Moraelyn – foram deixados como herdeiros juntos. Por volta do mesmo tempo o escritório de Alto Rei estava vago em favor de uma Guerra de Líder temporária, a ser nomeado por um conselho em tempos de emergência provincial.

Ainda, Coração-Ébano permaneceu com ciúmes de suas prerrogativas como a cidade-estado mais antiga de Morrowind ("primeira entre iguais" era frase que seus governantes frequentemente mencionavam) e clamava que o direito de guardar o Cajado do Caos devia ter sido confiado a sua casa governante. Forte da Lamentação respondeu que o próprio Rei Moraelyn havia depositado o Cajado na proteção do deus Ephen – e Forte da Lamentação era, sem argumentação, o local de nascença do deus.

"Por que não contar a Jagar Tharn de suas suspeitas, então? Deixe ele recuperar a coisa. Desde que esteja seguro, de que importa quem recupera, ou onde ele fica?"

Symmachus a encarou sem compreensão. "Importa," ele disse suava após um tempo, "mas eu acredito que não muito. Eh." Ele acrescentou, "Certamente não o bastante para você se preocupar mais com isso. Apenas sente-se aí e cuide de seus," e aqui ele sorriu para ela perversamente, "bordados."

Barenziah arremessou o cobertor nele. Ele acertou Symmachus no meio da cara -- agulha, dedal e tudo.

***

Em mais alguns poucos meses, Barenziah deu à luz a um belo filho, o qual eles batizaram de Helseth. Nada mais foi ouvido do Cajado do Caos, ou o Rouxinol. Se Coração-Ébano tivesse o Cajado em sua posse, eles certamente não se gabaram disso.

Os anos passaram rápidos e felizes. Helseth cresceu alto e forte. Ele era muito parecido com seu pai, a quem ele adorava. Quando Helseth tinha oito anos, Barenziah teve uma segunda criança, uma filha, para o deleite de Symmachus. Helseth era seu orgulho, mas a pequena Morgiah – batizada no mesmo nome da mãe de Symmachus – sustentava seu coração.

Infelizmente, o nascimento de Morgiah não foi arauto de bons tempos por vir. Relações com o império deterioraram vagarosamente, por nenhum motivo aparente. Impostos foram aumentados e cotas aumentavam a cada ano. Symmachus sentia que o Imperador suspeitava que ele estivesse envolvido no desaparecimento do Cajado, e buscou provar sua lealdade fazendo todo o esforço para suprir as demandas. Ele alongou as horas de trabalho e subiu tarifas, e até mesmo fez uma diferença tanto do tesouro público real quanto de seu próprio bolso. Mas eles multiplicaram, e comuns e nobres juntamente começaram a reclamar. Foi um estrondo sinistro.

"Eu quero que você pegue as crianças e viaje para a Cidade Imperial," Symmachus finalmente disse em desespero durante um jantar. "Você deve fazer o Imperador ouvir, ou todo Forte da Lamentação estará em revolta na primavera." Ele deu um sorriso forçado. "Você sempre teve um jeito com homens, amor. Sempre teve."

Barenziah forçou um sorriso também. "Até mesmo com você, eu acho."

"Sim. Especialmente comigo," ele reconheceu amavelmente.

"Ambas crianças?" Barenziah olhou para uma janela no canto, onde Helseth tocando um alaúde um cantando um dueto com sua pequena irmã. Helseth tinha quinze agora, Morgiah oito.

“Eles podem amolecer o coração dele. Além disso, já é hora de Helseth ser apresentado perante a Corte Imperial."

"Talvez. Mas esse não é seu verdadeiro motivo." Barenziah respirou fundo e agarrou a agulha. "Você não acha que pode mantê-los seguros aqui. Se for esse o caso, então nem você está seguro. Venha com a gente," ela pediu.

Se segurou as mãos dela. "Barenziah. Meu amor. Coração de meu coração. Se eu sair agora, não haverá nada para nós retornarmos. Não se preocupe comigo. Eu vou ficar bem. Eh! Eu posso cuidar de mim mesmo – e eu posso fazer isso melhor se não estiver preocupado com você e as crianças."

Barenziah deitou a cabeça no peito dele. "Só lembre que precisamos de você. Eu preciso de você. Podemos dar5 conta sem o resto se tivermos um ao outro. Mãos vazias e estômagos vazios são mais fáceis de lidar do que um coração vazio." Ela começou a chorar, pensando no Rouxinol e aquele assunto sórdido sobre o Cajado. "Minha idiotice nos fez passar por isso."

Ele sorriu para ela ternamente. "Se for, não é um lugar tão ruim para estar." Seus olhou repousaram indulgentemente nas crianças. "Nenhum de nós deve jamais ir sem, ou querer alguma coisa. Jamais. Jamais, meu amor, eu te prometo. Eu te custei tudo uma vez, Barenziah, eu e Tiber Septim. Eh. Sem minha ajuda o Império nunca teria começado. Eu o ajudei a se erguer." Sua voz ficou mais rígida. "Eu posso trazer sua queda. Você pode dizer isso a Uriel Septim. Isso, e que minha paciência não é infinita."

Barenziah ofegou. Symmachus não se dava a tratados vazios. Ele ne imaginava que algum dia ele iria se voltar contra o Império assim como o velho lobo da casa que ficava no portão se voltaria contra ela. "Como?" Ela demandou sem ar. Mas ele balançou a cabeça.

"É melhor você não saber," ele disse. "Apenas diga a ele o que eu te disse caso ele se mostre teimoso, e não tenha medo. Ele é Septim o bastante para não fazer nada com a mensageira." Ele sorriu sombriamente. "Porque se ele fizer, se ele tocar um cabelo se sequer, meu amor, ou as crianças – que todos os deuses de Tamriel me ajudem, ele vai rezar para não ter nascido. Eh. Eu vou caçar ele, ele e sua família inteira. E eu não vou descansar até que o último Septim esteja morto." Os olhos vermelhos de Elfo Negro de Symmachus lampejaram no refluxo da lareira. "Eu empenho em você esse juramento, meu amor. Minha Rainha... minha Barenziah."

Barenziah o segurou, o segurou o mais firme que podia. Mas mesmo com o calor de seu corpo, ela não pode evitar de tremer.

***

Barenziah estava de frente para o trono do Imperador, tentando explicar a situação do Forte da Lamentação. Ela esperou duas semanas para uma audiência com Uriel Septim, tendo sido enrolada no pretexto disso ou daquilo. "Vossa Majestade está indisposta.", "um assunto urgente demanda a atenção de Vossa Excelência.", "Me desculpe, Sua Alteza, deve haver algum erro. Sua audiência está marcada para a próxima semana. Não, olha...". E agora não estava saindo bem. O Imperador nem sequer fingiu estar ouvido ela. Ele não a convidou para se sentar, nem retirou as crianças. Helseth ficava de pé como uma estátua, mas a pequena Morgiah havia começado a ficar inquieta.

O estado de sua própria mente também não ajudava. Pouco depois de chegar em seu alojamento, o embaixador do Forte da Lamentação na Cidade Imperial havia requerido entrada, trazendo com ele um molho de despaches de Symmachus. Notícias ruins, e um monte delas. A revolta havia finalmente começado. Os camponeses haviam juntado alguns membros descontentes da nobreza menor do Forte da lamentação, e estavam demandando que Symmachus abdicasse e entregasse as rédeas do governo. Apenas a Guarda Imperial e algumas tropas cujas famílias haviam sido partidárias da casa de Barenziah por gerações permaneceram entre Symmachus e a multidão. Hostilidades já haviam irrompido, mas aparentemente Symmachus estava seguro e ainda no controle. Não por muito tempo, ele escreveu. Ele suplicou que Barenziah tentasse seu melhor com o Imperador – mas em qualquer caso ela deveria permanecer na Cidade Imperial até que ele escrevesse para contar a ela que era seguro voltar para casa com as crianças.

Ela tentou abrir seu caminho dentro da burocracia imperial – com pouco sucesso. E para acrescentar ao seu pânico crescente, todas as notícias do Forte da Lamentação cessaram de repente. Cambaleante entre fúria nos numerosos domos-maiores do Imperador e medo do destino que aguardava ela e sua família, as semanas se passaram tensa, agonizante e impiedosamente. Então um dia o embaixador do Forte da Lamentação veio chamando para contar que ela deveria esperar notícias de Symmachus na noite seguinte no mais tardar, mas não pelos canais normais, mas por falcão. Aparentemente pelo mesmo ataque de sorte, ela foi informada naquele mesmo dia por um secretário da Corte Imperial que Uriel Septim havia finalmente consentido em ter uma audiência com ela cedo pela manhã.

O imperador cumprimentou os três com um sorriso de boas-vindas bem brilhante que, no entanto, não chegava aos seus olhos, quando eles chegaram na câmara da audiência. Então, enquanto ela apresentava as crianças, ele as encarou com uma atenção fixa que era real ainda um pouco inapropriada. Barenziah havia lidado com humanos a quase quinhentos anos até agora, e havia desenvolvido a habilidade de ler suas expressões e movimentos e era além do que qualquer humano poderia perceber. O Imperador, tentando como podia para esconder isso, havia fome em seus olhos – e algo mais. Arrependimento? Sim. Arrependimento. Mas porquê? Ele tinha várias crianças de si próprio. Porque cobiçar as suas? E porque olhar para ela com um vicioso – embora breve -- desejo? Talvez ele tivesse se cansado de sua esposa. Humanos eram notoriamente, apesar de previsivelmente, inconstantes. Depois desse longo, ardente relance, seu olhar se virou conforme ela começou a falar de sua missão e a violência que havia irrompido em Forte da Lamentação. Ele sentou parado como pedra durante todo seu conto.

Intrigada com sua inércia, e contraria por não acabar, Barenziah encarou o rosto pálido e fixo, procurando por algum traço dos Septims que ela conhecia no passado. Ela não conhecia Uriel Septim bem, tendo encontrado ele apenas uma vez quando ele era ainda uma criança, e então novamente em sua coroação vinte anos depois. Duas vezes, era tudo. Ele havia sido uma presença severa e digna na cerimônia, mesmo como um jovem adulto – mas não glacialmente remoto como esse homem maduro era. De fato, apesar do semblante físico, ele não parecia ser o mesmo homem de jeito nenhum. Não o mesmo, mas ainda algo nele era familiar para ela, mais familiar do que deveria ser, algum truque de postura ou gesto...

De repente elas e sentiu muito quente, como se tivesse derramado lava sobre ela. Ilusão! Ela havia estudado bem as artes de ilusão desde que o Rouxinol a enganou daquela forma. Ela aprendeu a detecta-la -- e ela a sentia agora, tão certo quanto um homem cego poderia sentir o sol em seu rosto. Ilusão! Mas porquê? Sua mente trabalhou furiosamente mesmo enquanto sua boca ia recitando os problemas do Forte da Lamentação. Vaidade? Humanos ficavam envergonhados frequentemente com os sinais de ageing [sic] enquanto os Elfos eram orgulhosos em exibi-los. Ainda, o rosto que Uriel Septim tinha parecia consistente com sua idade.

Barenziah não ousou usar alguma de suas magias. Mesmo nobres baixos possuíam meios de detectar mágica, se não normalmente se protegiam de seus efeitos, dentro de seus próprios salões. O uso de feitiçaria aqui traria a fúria do Imperador tanto quanto brandir uma adaga iria.

Magia.

Ilusão.

De repente o Rouxinol a veio em mente. E então ele estava sentado diante dela. E então a visão mudou, e era Uriel Septim. Ele parecia triste. Preso. E então a visão sumiu mais uma vez, e outro homem sentava em seu lugar, como o Rouxinol, mas ainda diferente. Pele pálida, olhos vermelhos, orelhas Élficas – e sobre ele um forte brilho de malícia concentrada, uma aura de energia terrível – um brilho destrutivo, horrível. Esse homem era capaz de qualquer coisa!

E então novamente ela estava olhando para o rosto de Uriel Septim.

Como ela poderia ter certeza de que não estava apenas imaginando coisas? Talvez sua mente estava pregando peças nela. Ela sentiu um grande cansaço repentino, como se ela estivesse carregando um fardo muito pesado por muito tempo. Ela decidiu abandonar sua séria narrativa sobre as feridas do Forte da Lamentação – já que estavam claramente levando ela a lugar nenhum – e alternou de volta para o gracejo. Gracejo, contudo, com uma agenda escondida.

"Você se lembra, Senhor, Symmachus e eu tivemos um jantar com você e sua família logo após a coroação de seu pai? Você não era mais velho que a pequena Morgiah aqui. Nós fomos grandemente honrados em ser os únicos convidados daquela noite – exceto por seu melhor amigo Justin, é claro."

"Ah sim," o Imperador disse, sorrindo cautelosamente. Muito cautelosamente. “Acho que me recordo disso sim."

"Você e Justin eram tão amigos, Vossa Majestade. Me foi dito que ele morreu não muito depois. Uma grande pena."

"Certamente. Eu ainda não gosto de falar dele.” Seus olhos ficaram vazios – ou mais vazios, se fosse possível. “Quanto ao seu pedido, Milady, nós levaremos sobre conselho e te informaremos."

Barenziah se curvou, e também as crianças. Um aceno do Imperador os dispensou, e eles se retiraram da presença imperial.

Ela respirou fundo quando eles saíram da sala do trono. "Justin" havia sido um companheiro imaginário, apesar do jovem Uriel ter insistido que um lugar fosse colocado para Justin em cada refeição. Não apenas isso, Justin, apesar do nome masculino, era uma garota! Symmachus manteve as piadas mesmo depois de ela ter passado dos amigos imaginários de infância – perguntando sobre a saúde de Justin sempre que ele e Uriel Septim se encontravam, e sendo respondido de uma forma de zombaria-seriedade. A última coisa que Barenziah havia ouvido sobre Justin, muitos anos atrás, que o Imperador havia brincado de forma bem elaborada com Symmachus dizendo que ela havia conhecido um jovem Khajiit aventureiro porém incorrigível, casado com ele, e se estabelecido em Lilandril para criar samambaias de fogo e mugworts.

O homem sentado no divã do Imperador não era Uriel Septim! O Rouxinol? Poderia ser...? Sim. Sim! Um sentimento de reconhecimento tocou por ela e Barenziah sabia que estava certa. Era ele. Era ele! O Rouxinol! Se mascarando como o Imperador! Symmachus esteve errado, tão errado...

Agora o que? ela se perguntava freneticamente. O que havia acontecido com Uriel Septim – e mais ao ponto, o que isso significava para ela e Symmachus, e todo o Forte da Lamentação? Pensando de volta, Barenziah suspeitou que seus problemas eram devidos a esse falso Imperador, esse glamour gerado de Rouxinol – ou o que quer que ele realmente fosse. Ele deve ter tomado o lugar e Uriel Septim pouco antes das demandas irracionais sobre Forte da Lamentação terem começado. Isso explicaria porque as relações se deterioraram por tanto tempo (como os humanos reconheciam o tempo), muito depois de ela desaprovar ligações com Tiber Septim. O Rouxinol sabia da famosa lealdade de Symmachus para, e conhecimento sobre, a Casa Septim, e estava efetuando um ataque preventivo. Se esse fosse o caso, todos eles estavam em terrível perigo. Ela e as crianças estavam sob seu poder aqui na Cidade Imperial, e Symmachus foi deixado sozinho para lidar com problemas do Rouxinol no Forte da Lamentação.

O que ela deveria fazer? Barenziah empurrou as crianças para irem na sua frente, uma mão em cada ombro, tentando ficar fria, calma, suas camareiras e cavaleiros de escolta pessoais andando atrás. Finalmente eles chegaram na carruagem que os esperava. Mesmo que suas suítes eram apenas algumas quadras do Palácio, dignidade real os proibia de viajar a pé até mesmo por curtas distâncias – e por uma vez, Barenziah ficou contente com isso. A carruagem parecia uma espécie de refúgio agora, falso como ela acreditava que os sentimentos fossem.

Um garoto ceio até um dos guardas e o entregou um pergaminho, e então apontou para a carruagem. O guarda o levou até ela. O garoto esperou, olhos grandes e brilhantes. A carta era curta e amável, e simplesmente inquiria se o Rei Eadwyre de Pousatrilha, da Província de Pedra Alta, poderia ser garantido uma audiência com a famosa Rainha Barenziah de Forte da Lamentação, já que ele havia ouvido falar muito dela e seria um prazer conhece-la.

O primeiro impulso de Barenziah foi de recusar. Ela só queria sair dessa cidade! Certamente ela não tinha nenhuma inclinação para brincadeiras com um humano deslumbrado. Ela olhou para cima, carrancuda, e um dos guardas disse, “Mileide, o garoto disse que seu mestre aguarda a sua resposta além.” Ela olhou na direção indicada e viu um homem idoso e bonito nas costas de um cavalo, cercado por meia dúzia de cortesãos e cavaleiros. Ele pegou seu olhar e se curvou respeitosamente, tirando um chapéu de plumas.

"Muito bem," Barenziah disse para o garoto em impulso. "Diga a seu mestre que ele pode me chamar hoje à noite, após a hora do jantar. “ O Rei Eadwyre parecia educado e sério, e um tanto preocupado – mas não no mínimo apaixonado. Pelo menos isso era alguma coisa, ela ficou pensativa.

***

Barenziah estava na janela da torre, esperando. Ela podia sentir a proximidade do familiar. Mas apesar de o céu noturno estar claro como dia para seus olhos, ela ainda não conseguia ver ele. Então de repente ele estava lá, um ponto se movendo rápido nas finas nuvens da noite. Mais alguns poucos minutos e o grande falcão finalizou sua descida, asas fechando, garras mirando em sua braçadeira de couro.

Ela carregou o pássaro até o seu poleiro, onde ele esperou, ofegante, enquanto seus dedos impacientes pegavam a mensagem protegida em uma capsula em uma das pernas. O falcão bebeu poderosamente da água até que ela acabasse, então bagunçou as penas e as alisou, seguro na presença dela. Uma pequena parte de sua consciência compartilhava sua satisfação no trabalho bem feito, missão concluída, e descanso ganho... ainda debaixo disso tudo havia inquietação. As coisas não estavam certas, até mesmo para sua simples mente aviária.

Seus dedos tremeram enquanto ela desdobrava o fino papel e se debruçava sobre a escrita pouco clara. Não era a escrita firme de Symmachus! Barenziah se sentou devagar, dedos deslizando peliodocumento enquanto ela preparava sua mente e corpo para aceitar o desastre calmamente, se desastre fosse.

E desastre era.

A Guarda Imperial havia desertado Symmachus e se juntado aos rebeldes. Symmachus estava morto. As tropas leais remanescentes haviam sofrido uma derrota decisiva. Symmachus estava morto. O líder rebelde havia sido reconhecido como Rei do Forte da Lamentação por embaixadores Imperiais. Symmachus estava morto. Barenziah e seus filhos haviam sido declarados traidores do Império e um preço foi colocado em suas cabeças.

Symmachus estava morto

Então a audiência com o Imperador mais cedo naquela manhã não havia sido nada mais que um engano, uma fraude. Uma charada. O Imperador já deveria saber. Ela só for amarrada ao longo de tudo, ordenada a ficar submetida, levar as coisas fácil, Mileide Rainha, aproveite a Cidade Imperial e os deleites que ela tem a oferecer, faça sua estadia a mais longa que quiser. Sua estadia? Sua detenção. Seu cativeiro. E em toda probabilidade, sua prisão iminente. Ela não tinha ilusões sobre sua situação. Ela sabia que o Imperador e seus servos nunca a deixariam sair da Cidade Imperial, nunca mais. Pelo menos, não viva.

Symmachus estava morto.

"Mileide?"

Barenziah pulou, assustada pela aproximação do criado. "O que é?"

"O Bretão está aqui, Mileide. Rei Eadwyre," a mulher acrescentou, prestativa, notando a incompreensão de Barenziah. Ela hesitou. “Há notícias, Mileide?” ela disse, apontando para o falcão.

"Nada que não irá esperar,” Barenziah disse rápido, e sua voz pareceu ecoar no vazio que repentinamente se abriu como um abismo escancarado dentro dela. “Cuide do pássaro.” Ela se levantou, alisou seu vestido, e se preparou para receber seu visitante real.

Ela se sentiu paralisada. Paralisada como os muros de pedra ao redor dela, paralisada como a quietude no ar noturno… paralisada como um corpo sem vida.

Symmachus estava morto!

***

Rei Eadwyre a recebeu com seriedade e cortesia, até um pouco exagerado. Ele clamou ser um admirador fervoroso de Symmachus, que era figurado com destaque nas lendas de sua família. Gradualmente ele voltou a conversa para os negócios dela com o Imperador. Ele requisitou detalhes, e perguntou se a finalização havia sido favorável para o Forte da Lamentação. A encontrando evasiva, ele repentinamente soltou, “Rainha Mileide, você tem que acreditar em mim. O homem que diz ser o Imperador é um impostor! Eu sei que parece loucura, mas eu -- “

"Não," Barenziah disse, com decisão repentina. “Você está inteiramente correto, Rei Milorde. Eu sei.”

Eadwyre relaxou em seu assento pela primeira vez, o olhar vivo de repente. “Você sabe? Você não está apenas fazendo graça com alguém que você acha que é louco?”

"Eu te garanto, Milorde, eu não estou.” Ela respirou fundo. “E quem você acredita que está dissimulando o Imperador?”

"O Mago de Batalha Imperial, Jagar Tharn."

"Ah. Milorde Rei, você teria, por acaso, ouvido sobre alguém chamado depois o Rouxinol?”

"Sim, Milady, como fato eu ouvi sim. Meus aliadod e eu acreditamos que ele é o mesmo homem que o renegado Tharn."

"Eu sabia!” Barenziah se levantou e tentou mascarar seu levante. O Rouxinol -- Jagar Tharn! Há, mas o homem era um demônio! Diabólico e insidioso. E tão esperto. Ele havia planejado sua ruína perfeitamente, perfeitamente! Symmachus, meu Symmachus…!

Eadwyre tossiu diferente. “Mileide, eu… nós… nós precisamos de sua ajuda.”

Barenziah sorriu sombriamente na ironia. “Eu acredito que deve ser eu a dizer essas palavras. Mas continue, por favor. Do que ajuda você pode precisar, Milorde Rei?”

Rapidamente o monarca traçou um plano. A maga Ria Silmane, nos últimos tempos aprendiz do vil Jagar Tharn, havia sido morta e declarada uma traidora pelo falso Imperador. Ainda ela conseguiu manter alguns de seus poderes e ainda podia contactar alguns daqueles que ela havia conhecido bem no plano mortal. Ela havia escolhido um Campeão que iria encontrar o Cajado do Caos, que havia sido escondido pelo feiticeiro traiçoeiro em algum lugar desconhecido. Esse Campeão usaria o poder do Cajado para destruir Jagar Tharn, que caso contrário é invulnerável, e resgatar o verdadeiro Imperador mantido em uma outra dimensão. Contudo, o Campeão, enquanto felizmente ainda vivo, agora definhava nas Masmorras Imperiais. A atenção de Tharn deveria ser divergida enquanto o escolhido ganhava suas liberdade com a ajuda do espírito de Ria. Barenziah tinha os ouvidos do falso Imperador -- e aparentemente seus olhos. Será que ela proveria a distração necessária?

"Eu acho que posso obter outra audiência com ele,” Barenziah disse com cuidado. “Mas isso seria suficiente? Eu devo te dizer que meus filhos e eu acabos de ser recentemente declarados traidores do Império.”

"No Forte da Lamentação, talvez, Mileide, e Morrowind. As coisas são diferentes na Cidade Imperial e na Província Imperial. O mesmo pântano administrativo que faz quase impossível se ter uma audiência com o Imperador e seus ministros também meio que garante que você nunca seria presa ilegalmente ou punida sem o benefício do devido processo legal. Em seus caso, Mileide, e seus filhos, a situação é ainda mais exacerbada pelo seu nível real. Como Rainha e herdeiros aparentes, suas pessoas são consideradas invioláveis -- sacrossantos, de fato.” O Rei sorriu. “A burocracia Imperial, Mileide, é uma claymore de duas pontas.”

Então. Pelo menos ela e seus filhos estavam seguros por enquanto. Então um pensamento batel nela. “Milorde Rei, o que você quis dizer mais antes quando disse que eu tenho os olhos do Imperador falso?

Eadwyre olhou desconfortável. "Foi murmurado entre os servos que Jagar Tharn mantém sua imagem em uma espécie de altar nos aposentos dele.”

“Percebo." Seus pensamentos vagaram momentaneamente para aquele romance insano dela com o Rouxinol. Ela ficou loucamente apaixonada por ele. Mulher burra. E o homem que ela um dia amou havia causado a morte do homem que ela verdadeiramente amava. Amava. Amava. Ele se foi agora, ele está… ele está… ela ainda não conseguia aceitar o fato de que Symmachus estava morto. Mas mesmo que ele esteja, ela disse a si mesma firmemente,meu amor está vivo, e permanece. Ele sempre estaria com ela. Assim como a dor. A dor de viver o resto de sua vida sem ele. A dor de tentar sobreviver cada dia, cada noite, sem sua presença, seu conforto, seu amor. A dor de saber que ele nunca viria seus filhos crescer em um belo par de adultos, que nunca conheceram seu pai, quão valente ele era, quão forte, quão maravilhoso, quão amoroso… especialmente a pequena Morgiah.

E por isso, por tudo isso, por tudo que você fez a minha família, Rouxinol -- você deve morrer.

"Isso te surpreende?”

As palavras de Eadwyre romperam seus pensamentos. “O que? O que me surpreende?”

“Sua imagem. No quarto de Tharn.”

"Oh." Suas características permaneceram imperturbadas. “Sim. E não.”

Eadwyre podia ver de sua expressão que ela desejava mudar de assunto. Ele voltou novamente para os planos. “Nosso escolhido pode precisar de alguns dias para escapar, Mileide. Você pode dar a ele um pouco mais de tempo?”

"Você me confia nisso, Milorde Rei? Por quê?”

"Nós estamos desesperados, Mileide. Não temos escolha. Mas mesmo se tivéssemos -- por quê, sim. Sim, eu confiaria em você. Eu confio em você. Seu marido têm sido bom para minha família por anos. O Lorde Symmachus--”

“Está morto."

"O quê?"

Barenziah relatou os eventos recentes de forma rápida e seca.

"Mileide... Rainha... Mas que horrível! Eu... Eu sinto muito..."

Pela primeira vez, a pose glacial dr Barenziah foi abalada. No semblante de simpatia, ela sentiu sua calma exterior começar a desabar. Ela se recompôs, e quis ficar calma.

"Sob essas circunstâncias, Mileide, nós mal podemos pedir--"

"Não, bom Senhor. Sob as circunstâncias eu devo fazer o que posso para me vingar sobre o assassino do pai de meus filhos.” Uma lágrima escapou da fortaleza de seus olhos. Ela a enxugou impacientemente. “Em troca eu peço apenas que proteja meus filhos órfãos da forma que puder."

Eadwyre se desenhou. Seus olhos brilhavam. “De bom grado para fazê-lo eu peço, mais nobre e valente Rainha. Os deuses de nossa amada terra, certamente Tamriel em si, sejam minhas testemunhas.”

Suas palavras a tocaram absurdas, ainda que profundamente. “Eu lhe agradeço de coração e alma, bom Milorde Rei Eadwyre. Você têm a e-eterna g-gratidão m-minha e-e d-de m-eus f-fi -- fi ---”

Ela desabou.

***

Ela não dormiu naquela noite, mas se sentou numa cadeira no pé de sua cama, as mãos sobre o colo, pensando profunda e longamente adentro na escuridão polida e minguante. Ela não contaria para as crianças -- não ainda, não até que ela precisasse.

Ela não precisava buscar por outra audiência com o Imperador. Um mensageiro chegou na primeira luz.

Ela disse para as crianças que esperava fica fora por alguns dias, os disseram para não dar trabalho para os serviçais, e os deu um beijo de despedida. Morgiah choramingou um pouco; ela estava entediada e sozinha na Cidade Imperial. Helseth olhou severo mas não disse nada. Ela era muito parecido com o pai. O pai ...

No Palácio Imperial, Barenziah não foi escoltada para para o grande salão de audiências, mas para uma pequena sala onde o Imperador estava sentado em um solitário café-da-manhã. Ela assentiu um cumprimento e balançou a mão em direção à janela. “Uma vista magnífica, não?”

Barenziah olhou para fora pela torres da grande cidade. Começou a parecer para ela que essa foi a mesma sala em que ela encontrou Tiber Septim pela primeira vez todos aqueles anos atrás. Séculos atrás. Tiber Septim. Outro homem que ela amou. Quem mais ela amou? Symmachus, Tiber Septim… e Straw. Ela se lembrou do grande rapaz loiro dos estábulos com repentina e intensa afeição. Ela nunca havia notado até então, mas ela havia amado Straw. Apenas que ela nunca o deixou saber. Ela era tão jovem na época, aqueles haviam sido dias descuidados, dias calmos… antes de todo o resto, antes de tudo isso… antes… dele. Não Symmachus. O Rouxinol. Ela estava chocada em ódio próprio. O homem ainda podia afeta-la. Mesmo agora. Mesmo depois de tudo que aconteceu. Uma forte onda de emoções imperfeitas bateu nela.

Quando ela se virou de volta novamente, Uriel Septim havia desaparecido -- e o Rouxinol estava sentado no lugar dele.

"Você sabia,” ele disse baixinho, escaneando o rosto dela. “Você sabia. Instantaneamente. Eu queria te surpreender. Você podia pelo menos ter fingido.”

Barenziah espalhou seus braços, tentando pacificar o redemoinho se formando fundo dentro dela. “Temo que minha habilidade de fingir não é páreo para a sua, meu suserano.”

Ele suspirou. "Está nervosa."

"Apenas um pouco, tenho que admitir,” ela disse friamente. “Não sei quanto a você, mas considero traição uma ofensa sem importância.”

"Quão humano de você.”

Ela respirou fundo. “O que você quer de mim?”

"Agora você está fingindo.” Ele levantou para olhar para ela diretamente. “Você sabe o que eu quero de você.”

"Você quer me torturar. Vá em frente. Estou em seu poder. Mas deixe meus filhos em paz.”

"Não, não, não. Não quero nada disso Barenziah.” Ele chegou perto, falando baixo na antiga voz acariciante que havia enviado cascatas de arrepio pelo seu corpo. A mesma voz que estava fazendo o mesmo com ela, aqui e agora. “Não vê? Esse era o único jeito.” Suas mãos se fecharam nos braços dela.

Ela sentiu sua determinação se dissolver, seu nojo por ele enfraquecer. “Você poderia ter me levado com você.” Lágrimas espontâneas se juntaram em seus olhos.

Ele balançou a cabeça. “Eu não tinha o poder. Ah,mas agora, agora…! Eu tenho ele todo. Meu para ter, meu para compartilhar, meu para dar -- para você.” Mais uma vez ele moveu a mão na direção da janela e a cidade além. “Toda Tamriel é minha para deixar aos seus pés -- e isso é só o começo.”

"É tarde demais. Tarde demais. Você me deixou com ele.”

"Ele está morto. Os camponeses estão mortos. Alguns poucos anos -- de quê eles importam?”

"As crianças--"

"Podem ser adotadas por mim. E vamos ter outros juntos, Barenziah. Oh, e que crianças elas não serão! O que passaremos para eles! Sua beleza, e minha magia. Eu possuo poderes dos quais você nunca sequer sonhou, nem em suas imaginações mais indomadas!” Ele moveu para beija-la.

Ela deslizou de seu agarro e se virou. “Eu não acredito em você.”

"Você confia, você sabe. Você ainda está com raiva, isso é tudo.” Ele sorriu. Mas não alcançou os olhos. “Me diga o que quiser Barenziah. Barenziah minha amada. Me conte. E será seu.”

Sua vida inteira passou diante dos olhos. O passado, o presente, e o futuro ainda por vie. Diferentes tempos, diferentes vidas, diferentes Barenziahs. Qual era a verdadeira? Qual era a verdadeira Barenziah? Pois por essa escolha ela determinaria a forma de seu destino.

Ela escolheu. Ela sabia. Ela sabia quem a verdadeira Barenziah era, e o que ela queria.

"Uma caminhada no jardim, meu suserano,” ela disse. “Uma canção ou duas, talvez.”

O Rouxinol riu. “Você quer ser cortejada.”

"E porquê não? Você faz isso tão bem. Faz muito tempo, além do mais, que sinto esse prazer.”

Ele sorriu. “Como desejar Mileide Rainha Barenziah. Seu desejo é uma ordem.” Ele pegou a mão dela e beijou. “Agora, e para sempre.”

***

E então eles passaram seus dias em cortejo -- caminhando, conversando, cantando e rindo juntos, enquanto o trabalho do Imperador era deixado para subordinados.

"Eu gostaria de ver o Cajado,” Barenziah disse futilmente um dia. “Eu tive apenas um relance dele, você se lembra.”

Ele franziu a testa. “Nada me daria mais prazer, alegria do coração -- mas isso seria impossível.”

"Você não confia em mim,” Barenziah amuou, mas suavizou seus lábios quando ele se aproximou para um beijo.

"Absurdo, amor. É claro que confio. Mas ele não está aqui.” Ele riu. “De fato, ele não está em lugar nenhum.” Ele a beijou novamente, mais apaixonado dessa vez.

"Você está falando em charadas novamente. Eu quero ver ele. Você não poderia ter destruído ele.”

"Ah. Você ganhou em sabedoria desde nosso último encontro.”

"Você um tanto que inspirou minha fome por conhecimento.” Ela se levantou. “O Cajado do Caos não pode ser destruído. E ele não pode ser retirado de Tamriel, não sem as mais medonhas consequências sobre a própria terra.”

"Ahhh. Você me impressiona, meu amor. Tudo verdade. Ele não está destruído, e não foi retirado de Tamriel. E ainda, como eu disse, não está em lugar nenhum. Você pode resolver esse quebra-cabeça?” Ela a puxou para si e ela se inclinou em seu abraço. “Aqui vai uma charada ainda maior,” ele sussurrou. “Como alguém faz de um, dois? Isso eu posso, e vou, te mostrar.” Seus corpos emergiram, membros entrelaçados juntos.

Mais tarde, quando eles haviam se separado um pouco e ele estava cochilando, ela pensou sonolenta, “Um de dois, dois de um, três de dois, dois de três… o que não pode ser destruído ou banido pode ser separado, talvez…”

Ela se levantoy, olhos incendiando. Ela começou a sorrir.

***

O Rouxinol mantinha um diário. Ele escrevia entradas nele cada noite após rápidos relatórios de subalternos. Ele era trancado em uma mesa. Mas a tranca era simples. Ela havia, contudo, sido membra da Guilda dos Ladrões em uma vida passada… em outra vida… outra Barenziah...

Uma manhã Barenziah conseguiu se esgueirar e dar uma olhada rápida nele enquanto ele estava ocupado no banheiro. Ela descobriu que a primeira peça do Cajado do Caos estava escondido em uma antiga mina Anã chamada Lar da Presa -- apesar de que sua localização era dada apenas em termos vagos. O diário estava abarrotado com anotações de eventos em uma escrita estranha, e era bem difícil de descifrar.

Toda Tamriel, ela pensou, na mão dele e na minha, e mais talvez -- e ainda...

Para todo seu charme exterior havia um vazio frio onde seu coração deveria estar, um vazio do qual ele não estava ciente, ela pensou. Era possível perceber um momento ou outro, quando seus olhos ficavam vazios e rígidos. E ainda, mas ele possuia uma concepção diferente disso, ele ansiava pela felicidade também, e contentamento. Sonhos camponeses, Barenziah pensou, e Straw passou por seus olhos novamente, parecendo perdido e triste. E depois Therris, com um sorriso felino Khajiit. Tiber Septim, poderoso e solitário. Symmachus, sólido, imperturbável Symmachus, que fez o que jurava fazer, em silêncio e eficiência. O Rouxinol. O Rouxinol, uma charada e uma certeza, tanto a escuridão quanto a luz. O Rouxinol, que governaria tudo, e mais -- e espalhava caos em nome da ordem.

Barenziah ficou relutante em deixar ele para ir visitar seus filhos, que ainda deveriam ser contados sobre a morte de seu pai -- e a oferta de proteção do Imperador. Ele finalmente contou, e não foi fácil. Morgiah agarrou nela pelo que pareceu uma era, soluçando miseravelmente, enquanto Helseth correu para o jardim para ficar sozinho, mais tarde se recusando a todas as tentativas dela de falar com ele sobre o pai, ou de pelo menos para deixar ela segura-lo no peito.

Eadwyre chamou por ela enquanto ela estava lá. Ela o contou o que ela havia descoberto até então, explicando que ela tinha que ficar um pouco ainda e aprender o máximo que ela podia.

O Rouxinol brincou com ela sobre seu admirador idoso. Ele estava um tanto ciente da suspeita de Eadwyre -- mas ele não estava o mínimo perturbado, pois ninguém olhava para o velho tolo com seriedade. Barenziah até tentou arranjar algum tipo de reconciliação entre eles. Eadwyre retratou suas dúvidas publicamente, e seu “velho amigo” o Imperador, o perdoou. Ele foi mais tarde convidado para jantar com eles pelo menosmenosvez por semana.

As crianças gostavam de Eadwyre, até mesmo Helseth, que desaprovava a ligação da mãe com o Imperador e consequentemente detestava ele. Ele havia se tornado SURDLY e temperamental conforme os dias passaram, e frequentemente brigava tanto com sua mãe quanto com seu amante. Eadwyre não estava feliz com o fato também, e o Rouxinol tomou grande prazer em demonstrar abertamente sua afeição por Batenziah em tempos, apenas para provocar o velho.

Ele não podiam se casar, é claro, pois Uriel Septim já era casado. Pelo menos, não ainda. O Rouxinol havia exilado a Imperatriz pouco depois de tomar o lugar do Imperador, mas não ousou feri-la. Ela foi dada refúgio pelo Temple of the One. Foi dito que ela estava em más condições de saúde, e rumores foram circulados pelos agentes do Rouxinol de que ela possuia problemas mentais. Os filhos do Imperador também foram despachados para várias prisões por toda Tamriel, disfarçadas como “escolas.”

"Ela vai ficar pior com o tempo,” o Rouxinol disse descuidado, se referindo à Imperatriz e olhando os seios inchados e dilatada barriga de Barenziah com satisfação. “Quanto aos filhos… Bem, a vida é cheia de perigos, não é? Nós seremos casados. Seu filho será meu verdadeiro herdeiro.”

Ele não queria os filhos. Barenziah tinha certeza disso. Ela estava menos certa, contudo, sobre seus sentimentos por ela. Eles discutiam continuamente agora, frequentemente de forma violenta, normalmente sobre Helseth, que ele queria mandar para longue para estudar nas Ilhas do Semprestio, a província mais distante da Cidade Imperial. Barenziah não fez esforços para evitar essas brigas. O Rouxinol, contudo, não tinha interesse em vida suave, lisa; e além do mais, e del gostava de fazer as pazes depois...

Ocasionalmente Barenziah levaria as crianças e voltar para seu antigo apartamento, declarando que ela não queria mais nada com ele. Mas ele sempre iria buscar ela, e ela sempre se deixariabser levada de volta. Era infalível, como o nascer e se pôr das luas gêmeas de Tamriel.

***

Ela estava grávida de seis meses quando finalmente decifrou a localização da última peça do Cajado -- um fácil, já que todo Elfo Negro conhece onde o Monte de Dagoth-Ur era.

Quando ela brigou novamente com o Rouxinol, ela simplesmente saiu da cidade com Eadwyre e dirigiu rapidamente para Pedralta, e Pousatrilha. O Rouxinol estava furioso, mas havia pouco que pudesse fazer. Seus assassinos eram meio que incapazes, e ele não ousou deixar seu assentou de poder para persegui-los em pessoa. Nem podia também declarar guerra à Pousatrilha. Ele não possuia direito ldireito sobre seu filho por nascer. Verdade a forma, a nobreza da Cidade Imperial havia desaprovado sua ligação com Barenziah -- assim como fizeram tantos anos atrás de Tiber Septim -- e estava feliz de ve-la partir.

Pousatrilha era igualmente desconfiada dela, mas Eadwyre era fanaticamente amado por sua próspera pequena cidade-estado, e subsídios foram facilmente feitos para suas… excentricidades. Barenziah e Eadwyre se casaram um ano após l nascimento do seu filho do Rouxinol. Apesar desse fato importunio, Eadwyre adorava ela e seus filhos. Ela em seu lugar, não o amava -- mas ela gostava dele, e isso era alguma coisa. Era bom ter alguém, e Pousatrilha era um lugar muito bom, um lugar muito bom para as crianças crescerem, enquanto eles esperavam, e aguardavam, e oravam pelo sucesso do Campeão em sua missão.

Barenziah só podia ter esperança de que ele não levaria muito tempo, quem quer que esse Campeão sem nome fosse. Ela era um Elfo Negro, e ela tinha todo o tempo no mundo. Todo o tempo. Mas sem mais amor para dar, e sem mais ódio para queimar. Ela não tinha nada de sobra mais, nada além de dor, e lembrança… e seus filhos. Ela só queria cuidar de sua família, e dar a eles uma vida boa, e ser deixada para viver com o que restava dela. Ela não tinha dúvidas de que seria um vida ainda longa. E durante ela, ela queria paz, e quietude, e serenidade, de sua alma assim como de seu coração. Sonhos camponeses. Era isso que ela queria. Era isso que a verdadeira Barenziah queria. Era isso que a verdadeira Barenziah era. Sonhos camponeses.

Sonhos camponeses.


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