Lore:A Verdadeira Barenziah, v 4

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Nota: Essa é parte da série de livros revisada que aparece em Morrowind, Oblivion, e Skyrim. Em Daggerfall, esse conteúdo aparece em A Verdadeira Barenziah, Parte I e A Verdadeira Barenziah, Parte II com algumas pequenas modificações.


"Tudo que eu sempre amei, eu perdi,” Barenziah pensou abatida, olhando para os cavaleiro montados atrás e afrente, sua camareira ao lado dela na carruagem. “Mesmo que tenha ganho uma quantia de fortuna e poder, e as promessas de mais por vir. Comprei por um alto preço. Agora entendo melhor o amor de Tiber Septim por isso, se ele tiver pago frequentemente tais preços. Com certeza é medido pelo preço que pagamos.” Por desejo dela, ela era levada por uma brilhante égua ruana, revestida como um guerreiro em uma resplendente cota de malha de criação Élfica Negra.

Conforme os dias passavam vagarosamente e sua escolta caminhava a estrada sinuosa em direção leste no sol poente, entorno dela gradualmente iam crescendo as montanhas de Morrowind. O ar era escasso, e uma brisa morna de fim de outono soprava constantemente. Mas também era rica com o cheiro doce e picante das rosas negras florescendo, que eram nativas de Morrowind e cresciam em cada fenda nos locais mais altos, encontrando fertilidade até mesmo nos locais mais pedregosos e íngremes. Em pequenos vilarejos e cidades, Elfos Negros em roupas simples se agrupavam na beira da estrada para gritar seu nome ou simplesmente observar. A maioria de seus cavaleiros de escolta eram Rubraguardas, com alguns poucos Altos Elfos, Nords, e Bretões. Conforme traçavam seu caminho ao coração de Morrowind, eles ficavam cada vez mais desconfortáveis e se aproximavam uns dos outros de forma protetora. Até mesmo os cavaleiros Elfos pareciam cuidadosos.

Mas Barenziah se sentiu em casa, finalmente. Ela sentiu as boas-vindas estendidas a ela por terra. Sua terra.

***

Symmachus a encontrou na fronteira de Forte da Lamentação com uma escolta de cavaleiros, dos quais metade eram Elfos Negros. Em vestimentas Imperiais de batalha, ela notou.

Havia uma grande passeata na entrada da cidade e discursos de boas-vindas de imponentes dignitários.

“Eu mandei reformar a suíte da rainha para você,” o general a contou mais tarde quando eles chegaram no palácio, “mas você pode alterar qualquer coisa de acordo com seu gosto, é claro.” Ele prosseguiu com detalhes da coroação, que aconteceria em uma semana. Ele era o mesmo comandante – mas ela sentiu algo além. Ele estava ansioso pela aprovação dela quanto aos preparativos, estava de fato pedindo por isso. Isso era novo. Ele nunca havia requisitado seu elogio antes.

Ele não perguntou nada sobre sua estadia na Cidade Imperial, ou sobre seu caso com Tiber Septim – apesar de Barenziah ter certeza que Drelliane havia contado para ele, ou escrito mais antes, tudo em detalhes.

A cerimônia em si, como muitas coisas, era uma mistura do antigo e do novo – partes dela da antiga tradição dos Elfos Negros de Forte da Lamentação, as outras obrigadas por ordem Imperial. Ela prometia serviço ao Império e Tiber Septim assim como a terra de Forte da Lamentação e seu povo. Ela aceitou juramentos de fidelidade e aliança do povo, da nobreza, e do conselho. Esse último era composto por uma mistura de emissários Imperiais (“conselheiros”, eles eram chamados) e representantes nativos do povo de Forte da Lamentação, que eram a maioria idosos de acordo com o costume Élfico.

Barenziah descobriu mais tarde que grande parte de seu tempo era ocupado por tentar reconciliar essas duas facções e seus parceiros. Dos mais velhos era esperado a maioria da conciliação, em luz de reformas introduzidas pelo Império perante posses de terras e plantios na superfície. Mas a maioria desses iam contra as observações dos Elfos Negros. Tiber Septim, “no nome do Um," havia ordenado uma nova tradição – e aparentemente até mesmo os deuses e deusas em si eram esperados obedecer.

A nova Rainha se jogava em seu trabalho e estudos. Ela estava terminada com amor e homens a muito, muito tempo – se não para sempre. Haviam outros prazeres, ela descobriu, como Symmachus havia prometido a muito tempo: aqueles da mente, e aqueles do poder. Ela desenvolveu (surpreendentemente, pois ela havia sempre se rebelado contra seus tutores na Cidade Imperial) um profundo amor pela história e mitologia dos Elfos Negros, uma fome de saber mais completamente sobre o povo de quem ela floresceu. Ela era gratificada em saber que eles haviam sido guerreiros orgulhosos e criadores habilidosos e magos astutos desde os tempos imemoráveis.

Tiber Septim viveu por mais meio século, durante o qual ela o viu em várias ocasiões já eu ela deveria ir até a Cidade Imperial por uma razão ou outra de estado. Ela a recebeu calorosamente durante as visitas, e eles até tiveram longas conversas juntos sobre os eventos no Império quando a oportunidade permitia. Ela parecia até ter esquecido que já houve qualquer coisa entre eles além de simples amizade e uma profunda aliança política. Ele mudou pouco com o passar dos anos. Haviam rumores de que magos haviam desenvolvido feitiços para estender sua vitalidade, e que até mesmo o Um havia concedido a ele imortalidade. Então um dia um mensageiro chegou com notícias que Tiber Septim estava morto, e que seu neto Pelagius era agora Imperador em seu lugar.

Eles ouviram a notícia privadamente, ela e Symmachus. O antes General Imperial e agora confiado Primeiro Ministro tomou isso estoicamente, como ele tomava qualquer coisa.

“De alguma forma não parece possível,” Barenziah disse.

“Eu te disse. Sim. É o modo dos humanos. Eles são um povo de vida curta. Mas não importa realmente. O poder dele vive, e seu filho agora o empunha.”

“Você uma vez o chamou de amigo. Você não sente nada? Nenhuma dor?”

Ele deu de ombros. “Houve um tempo em que você o chamou de algo mais. O que você sente, Barenziah?” Eles haviam a muito tempo parado de se referir um ao outro privadamente com seus títulos formais.

“Vazio. Solidão,” ela disse, e então ela também deu de ombros. “Mas isso não é novo.”

“Sim. Eu sei,” ele disse suave, segurando sua mão. “Barenziah...” Ele levantou o rosto dela e a beijou.

O ato a encheu de surpresa. Ela não conseguia lembrar dele a tocar alguma vez. Ela nunca pensou dele dessa forma – e ainda, inegavelmente, um antigo calor familiar se espalhou por ela. Ela havia esquecido o quão bom era, aquele calor. Não a calor ardente que ela sentia com Tiber Septim, mas o confortante, robusto ardor que ela de alguma forma associou com... com Straw! Straw. Pobre Straw. Ela não pensou nele desde então. Ele estaria de meia idade se ainda estivesse vivo. Provavelmente com uma dúzia de filhos, ela pensou carinhosamente... e uma amorosa esposa que esperançosamente pudesse falar por dois.

“Casa comigo, Barenziah,” Symmachus estava dizendo, ela parecia ter pego seus pensamentos sobre casamento, filhos... esposas. “Eu estive trabalhando e esperado por isso o bastante, não tive?”

Casamento. Camponês com sonhos camponeses. O pensamento pareceu em sua mente, claro e espontâneo. Ela não havia usado essas mesmas palavras para descrever Straw, há muito tempo? E ainda, porque não? Se não Symmachus, quem mais?

Muitas das famílias nobres de Morrowind haviam sido limpas pela grande guerra de unificação de Tiber Septim, antes do tratado. O governo dos Elfos Negros havia sido restaurado, era verdade – mas não o antigo, não a verdadeira nobreza. A maioria deles eram novatos como Symmachus, e nem metade bons e merecedores quanto ele era. Ele lutou para manter Forte da Lamentação inteira enquanto seus chamados conselheiros recolhiam seus ossos, chupado eles até ficarem secos como Coração-Ébano havia ficado. Ele lutou por Forte da Lamentação, lutado por ela, enquanto ela e o reino cresciam e venciam. Ela sentiu uma súbita onda de gratidão – e, inegavelmente, afeição. Ele era firme e confiável. E ele a serviu bem. E a amava.

“Porque não?” ela disse sorrindo. E pegou a mão dele. E o beijou.

***

A união foi uma das boas, tanto nos aspectos políticos quanto nos pessoais. Enquanto o neto de Tiber Septim, o Imperador Pelagius I, olhava para ela com olhar de ciúmes, a confiança dele no velho amigo de seu pai era absoluta.

Symmachus, contudo, ainda era visto com suspeitas pelos cabeças-duras de Morrowind, cuidadoso com seu passado camponês e seus laços próximos com o Império. Mas a Rainha era inabalavelmente popular. “A Dama Barenziah é uma de nós,” era sussurrado, “Mantida em cativeiro como nós.”

Barenziah se sentia contente. Havia trabalho e havia prazer – e o que mais pode-se querer da vida?

Os anos passaram rápido, com crises para serem lidadas, e tempestades e famintos e falhas para serem amenizadas, e planos para serem estragados, e conspiradores para serem executados. Forte da Lamentação prosperou de forma constante. Seu povo estava seguro e alimentado, suas minas e fazendas produtivas. Tudo estava bem – exceto que o casamento real não produziu crianças. Nenhum herdeiro.

Crianças élficas eram lentas para se fazer, e demandavam mais de sua chegada – e crianças nobres mais que as outras. Então muitas décadas se passaram antes de eles se preocuparem.

“A culpa é minha, Symmachus. EU sou um bem defeituoso,” Barenziah disse amarga. “Se quiser escolher outra...”

“Eu não quero nenhuma outra,” Symmachus disse gentilmente, “assim como não sei com certeza se a culpa é sua. Talvez seja minha. Ah. Que seja. Nós vamos procurar uma cura. Se há dano, tenho certeza de que pode ser reparado.”

“Mas como? Quando ousamos não confiar nossa história a ninguém? Juramentos de curandeiros nem sempre se mantém.”

“Não vai importar se mudarmos o tempo e circunstâncias um pouco. O que quer que digamos ou falhemos em dizer Jephre o Contador de Histórias nuca descansa. A mente criativa dos deuses e língua ágil são muito ocupadas em espalhar rumores e fofocas.”

Sacerdotes e curandeiros e magos vinham e iam, mas todas suas orações, poções, e filtros não produziram nem uma promessa de florescer, nem um único fruto. Eventualmente eles tiraram isso de suas mentes e deixaram nas mãos dos deuses. Eles ainda eram jovens, como os Elfos iam, com séculos na frente deles. Havia tempo. Com Elfos sempre havia tempo.

Barenziah se sentou para jantar no Grande Salão, mexendo na comido no prato, se sentindo entediada e inquieta. Symmachus estava fora, havia sido chamado até a Cidade Imperial pelo tatara-tataraneto de Tiber Septim, Uriel Septim. Ou era seu tatara-tatara-tatara-tataraneto? Ela havia perdido a conta, percebeu. Seus rostos pareciam imergir no do seguinte. Talvez ela devesse ter ido com ele, mas houve uma delegação de Fissura em um assunto tedioso que requisitava um cuidado delicado.

Um bardo estava cantando em um canto do salão, mas Barenziah não estava escutando. Ultimamente todas músicas pareciam as mesmas para ela, fossem novas ou velhas. Então uma mudança de frase chamou a atenção dela. Ele estava cantando sobre liberdade, de aventura, de livrar Morrowind de suas correntes. Como ousava! Barenziah se levantou imediatamente para encara-lo. Pior, ela notou que ele estava cantando de alguma antiga, e agora imaterial, guerra com os Nórdicos de Skyrim, louvando o heroísmo do Rei Edward e Moraelyn e seus bravos Companheiros. A fábula era velha o bastante, com certeza, ainda a canção era nova ... e seu significado ... Barenziah não podia ter certeza.

Um sujeito obscuro, esse bardo, mas com uma forte e apaixonada voz e bom ouvido para música. Um tanto bonito também, de um jeito libertino. Ele não parecia velho, mas também não era tão jovem. Com certeza ele não estaria com menos de um século de idade. Porque ela não o havia ouvido antes, ou pelo menos ouvi falar dele?

“Quem é ele?” ela perguntou a uma servente em espera.

A mulher deu de ombros e disse, “Se chama o Rouxinol, Milady. Ninguém parece saber nada sobre ele.

“Mande ele falar comigo quando tiver acabado.”

O homem chamado Rouxinol veio até ela, a agradeceu pela honra da audiência com a Rainha e a gorda bolsa que ela o havia dado. Suas maneiras não eram de tudo obscuras, ela decidiu, um tanto quieto e modesto. Ele era rápido o bastante com fofocas sobre outros, mas ela não descobriu nada sobre ele – ele retrucava todas as perguntas com piadas ou uma história obscena. Ainda essas eram retrucadas tão charmosamente que era impossível tomar como ofensa.

“Meu verdadeiro nome? Minha Dama, eu sou ninguém. Não, não, meus pais me batizaram de Pálido – ou Sem Amigos? De que importa? Importa de nada. Como podem os pais dar nome aquilo que eles não conhecem? Ah! Acredito que esse era o nome, Não Conhece. Eu tenho sido o Rouxinol por tanto tempo que não me lembro, desde, oh, mês passado no mínimo – ou foi semana passada? Todas as minhas lembranças vão em canções e fábulas, você vê, Milady. Não tenho nenhuma sobrando para mim. Eu sou mesmo um tanto estúpido. Onde eu nasci? Porque, Luganenheyr. Eu pretendo me instalar em Dunroamin quando eu chegar lá ... mas não tenho pressa.”

“Percebo. E então você vai se casar com Atallshur?”

“Muito perceptivo de você, Milady. Talvez, talvez. Apesar de que acho Innhayst um tanto charmosa também, as vezes.”

“Ah. Você é inconstante então?”

“Como o vento, Milady. Eu sopro aqui e ali, quente e frio, conforme a situação. A situação é minha vestimenta. Nada mais fica bem em mim.”

Barenziah sorriu. “Fique conosco um pouco, então ... se puder, Milorde Erhatick.”

“Como desejar, Milady Bryte.”

***

Após uma breve troca, Barenziah encontrou seu interesse na vida de alguma forma reacendido. Tudo que parecia estável se tornou fresco e novo novamente. Ela cumprimentava cada dia com entusiasmo, esperando uma conversa como Rouxinol e os presentes de sua canção. Diferente de outros bardos, ele nunca cantava louvores a ela, nem outras mulheres, mas apenas de altas aventuras e grandes feitos.

Quando ela o perguntou sobre isso, ele disse, “Que maior louvor de sua beleza você poderia pedir, Milady, do que aquele que seu próprio espelho lhe dá? E se palavras você teria, você tem aquelas do maior, daqueles maiores que eu. Como deveria eu competir com eles, eu que nasci a uma semana atrás?”

Por uma vez eles estavam conversando em particular. A Rainha, incapaz de dormir, o havia chamado a seus aposentos para que sua música a acalmasse. “Você é preguiçoso e um covarde, senhor, ou não possuo charme sobre você.”

“Milady, para louvar-te preciso conhece-te. Eu nunca poderei conhecer-te. Você é envolta em enigma, em nuvens de encanto.”

“Não, não assim. Suas palavras são o que dissipam o encantamento. Suas palavras... e seus olhos. E seu corpo. Conheça-me se quiser. Conheça-me se ousar.”

Ele então foi a ela. Eles ficaram perto, eles beijaram, eles abraçaram. “Nem Barenziah conhece Barenziah de verdade,” ele suspirou suavemente, “então como posso eu? Milady, você não procura e não sabe, nem ainda o que. O que você teria, que não tem?”

“Paixão,” ela respondeu. “Paixão. E crianças nascidas dela.”

“E para suas crianças o que? Que direito seria deles de nascença?”

“Liberdade,” ela disse, “a liberdade de serem o que quiserem ser. Me diga, você que parece ser mais sábio desses olhos e ouvidos, e a alma que os une. Onde posso encontrar essas coisas?”

“Uma reside ao lado de você, a outra abaixo de você. Mas você ousaria estender a mão, para que possa pegar o que pode ser seu, e de suas crianças?”

"Symmachus..."

“Em minha pessoa reside a resposta de parte do que você procura. A outras reside escondida abaixo de nós nas minas desse seu reino, aquilo que nos dará o poder de concluir e alcançar nossos sonhos. Aquilo que Edward e Moraelyn entre eles usaram para libertar Pedralta e seus espíritos do odiado domínio dos Nórdicos. Se for devidamente usado, Milady, ninguém poderá ficar contra, nem mesmo o poder que o Imperador controla. Liberdade, você diz? Barenziah, liberdade ele dá das correntes que te prendem. Pense sobre, Milady.” Ele a beijou novamente, suave, e se retirou.

“Você está saindo...?” ela gritou. Seu corpo ansiava por ele.

“Por enquanto,” ele disse. “Prazeres da carne são nada comparados ao que podemos ter juntos. Gostaria que pensasse no que eu disse.”

“Eu não preciso pensar. O que devemos fazer? Quais preparativos devem ser feitos?”

“Porque – nenhum. As minas não podem ser acessadas livremente, isso é verdade. Mas com a Rainha a meu lado, quem irá se opor? Uma vez embaixo eu posso te guiar até onde essa coisa reside, e retira-la de seus local de descanso.”

Então a memória de seus estudos sem fim surgiu. “O Chifre de Invocação,” ele suspirou em temor. “É verdade? Poderia ser? Como você sabe? Eu li que ele está enterrado embaixo de incontáveis cavernas de Daggerfall."

“Não, por muito tempo estudei esse assunto. Antes de sua morte o Rei Edward deu o Chifre para proteção nas mãos de seu antigo amigo Rei Moraelyn. Ele em troca o manteve em segredo aqui em Forte da Lamentação sob a guarda do deus Ephen, cujo local de nascença é esse. Agora você sabe o que me custou mais de um ano e várias milhas para descobrir.”

“Mas o deus? E quanto a Ephen?”

“Confie em mim, Milady querida. Tudo ficará bem.” Sorrindo suave, ele a deu um último beijo e se retirou.

***

No amanhecer eles passaram pelos guardas nos grandes portões que levavam até as minas, e mais abaixo. Sob o pretexto de seu tour de inspeção usual, Barenziah, desacompanhada exceto pelo Rouxinol, se aventurou em caverna após caverna no subterrâneo. Eventualmente eles alcançaram o que parecia uma porta selada esquecida, e após entrarem descobriam que levava a uma parte antiga do funcionamento, a muito tempo abandonada. O caminho era traiçoeiro por alguns mastros caindo, e eles tiveram que abrir uma passagem dos entulhos ou encontrar um caminho que contornasse os caminhos ainda mais intransponíveis. Ratos depravados e grandes aranhas corriam aqui e ali, às vezes até os atacavam. Mas eles se provaram não serem nenhum desafio para os feitiços de raio de fogo de Barenziah ou a rápida adaga do Rouxinol.

“Nós sumimos tem muito tempo,” Barenziah disse. “Eles vão procurar por nós. O que vou dizer para eles?”

“O que você quiser,” o Rouxinol riu. “Você a Rainha, não é?”

“O Lorde Symmachus—“

“Os camponeses obedecem a quem quer que tenha o poder. Sempre foi, e sempre será. Nós devemos ter o poder, Milady amada.” Seus lábios eram do vinho mais doce, seu toque fogo e gelo.

“Agora,” ela disse, “me leve agora. Estou pronta.” Seu corpo parecia zumbir, cada nervo e musculo tenso.

“Não ainda. Não aqui, não desse jeito.” Ela saiu de perto, indicando antigos detritos e ameaçadoras paredes de pedra. “Só mais um pouco.” Relutante, Barenziah assentiu. Eles voltaram a andar.

“Aqui,” ele disse finalmente, parando em frente a uma barreira vazia. “Aqui ele repousa.” Ele arranhou uma ruma na poeira, sua outra mão conjurando um feitiço enquanto ele arranhava.

O murro dissolveu. Ele revelou uma a entrada para algum santuário antigo. No meio havia uma estátua de um deus, martelo na mão, pronto acima de uma bigorna de admantium [sic].

“Pelo meu sangue, Ephen,” o Rouxinol gritou, “Eu peço vosso despertar! Herdeiro de Moraelyn de Coração-Ébano sou eu, último da linhagem real, compartilhador de teu sangue. Na última necessidade de Morrowind, com todos de Élfico em terrível perigo e seus corpos e almas, libere para mim aquela recompensa com vós guardas! Agora eu suplico a ti, bata!”

Nessas palavras finais a estátua brilhou e acelerou, os vazios olhos de pedra brilharam com um brilho vermelho. A cabeça enorme assentiu, o martelo bateu na bigorna, e ela se partiu em um estouro tempestuoso. Barenziah tapou os ouvidos com as mãos e de encolheu, tremendo terrivelmente e gemendo alto.

O Rouxinol caminhou adiante corajosamente e agarrou a coisa que estava nas ruinas com um rugido de êxtase. Ele a levantou alto.

“Tem alguém vindo!” Barenziah gritou alarmada, então notou pela primeira vez o que ele estava segurando no alto. “Espera, isso não é o Chifre, é – é um cajado!”

“Certamente, Milady. Você vê verdadeiramente, afinal!” O Rouxinol gargalhou alto. “Me desculpe, doce Milady, mas eu devo te deixar agora. Talvez nos encontremos novamente um dia. Até lá... Ah, até lá, Symmachus,” ele disse para a figura em uma cota-de-malha que apareceu atrás deles, “ela é toda sua. Você pode tê-la de volta.”

“Não!” Barenziah gritou. Ela se levantou e correu até eles, mas ele havia desaparecido. Um piscar para fora da existência – assim como Symmachus, espada nas mãos, alcançou ele. Sua lâmina deferiu um único ataque no ar vazio. Então ele ficou parado, como se tivesse tomado o lugar do deus de pedra.

Barenziah disse nada, ouviu nada, viu nada... sentiu nada...

***

Symmachus disse a meia dúzia quase de Elfos que o havia acompanhado que o Rouxinol e Barenziah haviam perdido o caminho, e haviam sido atacados por aranhas gigantes. Que o Rouxinol havia pisado em falso e caído em um fundo buraco, que se fechou sobre ele. Que se corpo não poderia ser recuperado. Que a Rainha ficou gravemente abalada pelo encontro e lamentava a perda de seu amigo, que havia caído em sua defesa. Tal era a presença e poder de comando de Symmachus, que os cavaleiros, que nenhum havia pego um lampejo sequer do que aconteceu, ficaram convencidos de que o que aconteceu foi exatamente o que ele disse.

A Rainha foi escoltada de volta para o Palácio e levada para seus aposentos, onde ela dispensou seus serventes. Ela sentou na frente do espelho e lá ficou por muito tempo, atordoada, muito perturbada mesmo para chorar. Symmachus a observava parado.

“Você tem alguma ideia do que você acaba de fazer?” ele disse finalmente – liso, friamente.

“Você devia ter me contado,” Barenziah suspirou. “O Cajado do Caos! Eu nunca sequer sonhei que ele estivesse aqui. Ele disse – ele disse --” Um choramingar escapou de seus lábios e ela duplicou em desespero. “Oh, o que foi que eu fiz? O que foi que eu fiz? O que acontece agora? O que vai ser de mim? De nós?”

“Você o amava?”

“Sim. Sim, sim, sim! Oh Symmachus, os deuses tenham misericórdia de mim, mas eu o amava. Amava. Mas agora... agora... eu não sei... eu não tenho certeza... eu...”

A feição rígida de Symmachus suavizou levemente, e seus olhos brilharam com nova luz, e ele suspirou. “Eh. Isso é algo então. Você ainda irá ser uma mãe se estiver em meu poder. Quanto ao resto – Barenziah, minha querida Barenziah, eu acredito que você tenha libertado uma tempestade sobre a terra. A preparação ainda vai levar um tempo. Mas quando chegar, vamos suportar juntos. Assim como sempre fizemos.”

Ele veio até ela então, e tirou suas roupas, e a carregou até a cama. Fora de tristeza e anseio, seu corpo enfraquecido respondeu ao seu musculoso como nunca antes, derramando tudo que o Rouxinol havia despertado para a vida nela. E fazendo isso acalmou o fantasma inquieto de tudo que ele havia destruído.

***

Ela estava vazia, e esvaziada. E então ela foi preenchida, pois uma criança havia sido plantada e crescia dentro dela. Conforme seu filho florescia em seu ventre, assim fazia seu sentimento sobre o paciente, leal, devotado Symmachus, que havia enraizado em longa amizade e afeição inquebrável – e que agora, afinal, amadureceu na totalidade de amor verdadeiro. Oito anos depois eles foram novamente abençoados, dessa vez com uma filha.

***

Logo após o roubo de Cajado do Caos pelo Rouxinol, Symmachus mandou comunicados secretos urgentes para Uriel Septim. Ele não foi pessoalmente, como ele teria feito normalmente, escolhendo ficar com Barenziah durante seu período fértil para conceber um filho sobre ela. Por isso, e pelo roubo, ele sofreu o desfavor temporário e suspeita injusta de Uriel Septim. Espiões foram enviados em busca do ladrão, mas o Rouxinol parecia ter desaparecido de onde ele havia vindo – onde quer que fosse.

“Elfo Negro em parte, talvez,” disse Barenziah, “mas parte humana também, eu acho, disfarçada. Se não eu não teria vindo a fertilidade tão rápido.”

“Parte Elfo Negro, com certeza, e de antiga linhagem Ra'athim nisso, ou então ele não teria sido capaz de libertar o Cajado,” Symmachus raciocinou. Ele se virou para ela fixamente. “Eu não acredito que ele tenha se deitado com você. Como um Elfo ele não ousaria, que depois ele não seria capaz de se separar de você.” Ele sorriu. Então ficou sério novamente. “Eh! Ele sabia que o Cajado estava lá, não o Chifre, e que ele podia teletransportar para sua segurança. O Cajado não é uma arma que teria sido clara para ele, diferente do Chifre. Graças aos deuses ele pelo menos não tem isso! Parece que tudo foi como ele esperava – mas como ele sabia? Eu mesmo coloquei o Cajado lá, com a ajuda do final calda-de-pano do Clã Ra’athim que agora é rei no Castelo Coração-Ébano como recompensa. Tiber Septim clamou o Chifre, mas deixou o Cajado para proteção. Eh! Agora o Rouxinol pode usar o Cajado para semear sementes de conflito e discórdia onde quer que ele vá, se ele desejar. Ainda isso apenas não o garantirá poder. Isso está com o Chifre e a habilidade de usa-lo.”

“Não tenho certeza de que é poder que o Rouxinol busca,” Barenziah disse.

“Todos buscam poder,” Symmachus disse, “cada um a seu jeito.”

“Não eu,” ela respondeu. “Eu, Milorde, encontrei aquilo pelo qual busquei.”


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